Quando o pagamento por produção é salário? Entenda seus direitos
- P&O

- 17 de out.
- 2 min de leitura
Você recebe por produção, peça, tarefa ou meta entregue e já se perguntou: “Isso conta como salário?”A resposta é importante — porque disso depende o cálculo do 13º salário, férias, FGTS e até aposentadoria.
Hoje vamos explicar, de forma simples, quando o pagamento por produção é, sim, salário e quais direitos ele gera.
O que é pagamento por produção?
É quando o trabalhador recebe de acordo com aquilo que produz, e não com base em horas trabalhadas.
👷 Exemplos comuns:
Trabalhador que ganha por peça costurada
Montador que recebe por unidade produzida
Vendedor com pagamento por desempenho ou metas
Colhedor rural pago por saco ou caixa colhida
Pagamento por produção é diferente de comissão?
É parecido, mas não é a mesma coisa.
Comissão: baseada em vendas ou resultados financeiros
Produção: baseada no volume físico do trabalho (peças, itens, unidades)
Em ambos os casos, a renda é variável, mas continua sendo salário, conforme o art. 457 da CLT.
Então, pagamento por produção é salário? SIM!
A CLT é clara: qualquer valor pago de forma habitual pelo trabalho é salário.
Art. 457, §1º da CLT: Integram o salário não só a importância fixa estipulada, como também comissões, percentagens, gratificações ajustadas, diárias e abonos pagos pelo empregador.
Ou seja:💰 Pagamento por produção, quando é forma de remuneração fixa do trabalhador, faz parte do salário.
Quais direitos o trabalhador tem sobre esse tipo de pagamento?
Se você recebe por produção e o valor entra todo mês, tem direito aos reflexos a seguir:
✅ 13º Salário – com base na média
✅ Férias + 1/3 – também com base na média
✅ FGTS + 40% (em caso de demissão)
✅ Horas extras – com adicional de 50% ou mais
✅ Descanso semanal remunerado (DSR) – inclui a média das produções
E se a empresa não paga os reflexos?
Isso é irregular. Pagamento “por fora” ou sem reflexos gera passivo trabalhista e pode ser cobrado judicialmente. Não importa o nome (“bônus”, “gratificação”, “meta”) — se é pago todo mês pelo trabalho, é salário.
Pode existir salário + produção?
Sim! Muitos trabalhadores recebem um salário-base + produção extra. Nesse caso:
O fixo é o salário-base
A produção é um complemento salarial variável
Ambos devem gerar reflexos
Quando o pagamento NÃO é salário?
Somente quando for ajuda de custo esporádica, prêmio eventual ou ressarcimento de despesas. Mas se é habitual e ligado à performance do trabalho, é salário.
Conclusão
Se o seu pagamento por produção é a forma como você é remunerado todos os meses, ele é parte do seu salário — com todos os direitos trabalhistas garantidos.
Produzir mais não significa perder direitos.Seu esforço tem valor — e a lei reconhece isso.






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